No sábado, 7 de dezembro, realizou-se uma grande cerimónia na Catedral de Notre-Dame, em Paris, para assinalar a sua reabertura.
O incêndio de 15 de abril de 2019 causou grandes danos ao edifício, que quase ruiu.
Foi apenas a rápida intervenção dos bombeiros que limitou a catástrofe.
Após a destruição, seguiu-se um longo processo de reconstrução e restauro de Notre-Dame.
Podes agora (re)descobrir a catedral e o seu interior restaurado.
A longa história do edifício fez dele um lugar de poder e de celebração, e foi em Notre-Dame e nos seus arredores que tiveram lugar os grandes acontecimentos da história francesa, que podes descobrir no TimeStreet.
Os cinco anos de trabalhos de construção permitiram aos investigadores fazer numerosas descobertas sobre a história do monumento, as técnicas de construção utilizadas e a história do local, graças às escavações efectuadas pelo Institut national de recherches archéologiques préventives, o instituto nacional francês de investigação arqueológica preventiva.
A Île de la Cité foi habitada desde a Antiguidade, e as descobertas permitiram uma datação mais precisa, com a descoberta de vestígios de habitações do Império Tardio e de edifícios do período carolíngio até à Idade Média.
A ocupação do local é hoje mais conhecida, bem como a evolução do próprio edifício e a sua adaptação às necessidades litúrgicas.
O mais impressionante é a descoberta de um biombo do século XIII, uma parede ornamentada que separava os leigos do clero para a oração.
O biombo era conhecido através de escritos e inscrições, mas a escavação de fragmentos permitiu-nos conhecer melhor o seu aspeto e as suas cores.
Separando o coro do resto do edifício, o biombo foi coberto com esculturas que retratam a história de Cristo e evocam a cerimónia que teve lugar por detrás dele.
O conjunto arquitetónico foi preservado durante muito tempo, mas sofreu várias transformações para se adaptar aos gostos contemporâneos, até ser destruído em 1792, durante o período revolucionário.
Foram restaurados fragmentos da estatuária para fixar a pintura.
Todas estas descobertas enriqueceram o nosso conhecimento da catedral e sensibilizaram-nos para a importância de repensar as técnicas de proteção do património.
Os trabalhos foram realizados em duas fases, uma vez que a Notre-Dame, profundamente enfraquecida pelo incêndio, teve primeiro de ser protegida e consolidada antes de as equipas poderem começar a entrar no edifício.
O restauro de Notre-Dame foi objeto de um grande debate e as propostas de substituição do pináculo de Viollet le Duc por uma versão moderna foram rejeitadas por unanimidade.
Foi tomada a decisão de repor a catedral no seu estado original, antes do incêndio de 2019, o que está em conformidade com a deontologia no domínio do património e do restauro estabelecida pela Carta de Veneza de 1964.
Mas esta decisão também congela o edifício no seu aspeto do século XIX e as muitas alterações introduzidas em Notre Dame de Paris.
As escolhas feitas durante este período, nomeadamente pelo arquiteto Eugène Viollet-le-duc, recordam a evolução dos gostos e das práticas, a história dos monumentos e a relação dos contemporâneos com a sua história.
Notre Dame é um dos edifícios emblemáticos de Paris que podes descobrir no TimeStreet France!
Fonte:
https://notre-dame-de-paris.culture.gouv.fr/fr/la-preparation-de-la-restauration
https://www.inrap.fr/archeologie-de-notre-dame-de-paris-avancees-des-recherches-19536
https://www.francetvinfo.fr/culture/patrimoine/incendie-de-notre-dame-de-paris/reouverture/reouverture-de-notre-dame-de-paris-le-risque-de-pollution-au-plomb-est-il-completement-ecarte_6918677.html
